Talento proporcional às polêmicas - este é Jóbson.
O nome de Jóbson voltou às manchetes esportivas, com sua ida ao Grêmio Barueri, clube ao qual ele já seria negociado em meados de 2011, caso não tivesse sido punido novamente pela Corte Arbitral do Esporte. Problemas com álcool, drogas e indisciplinas de modo geral marcam a carreira do talentoso atacante.
Jóbson é um garoto problema? Ou apenas um garoto gerado pelo problema?
Não vejo o Jóbson como o vilão da história, o mau caráter, o que deva ser caçado e alijado, vejo sim como apenas mais um desses montes de jovens jogadores formados como máquinas pelas divisões de base, essas sim as vilãs, as que devem ser revolucionadas. Formar atletas é mais que formação técnica, tática, muscular, é também formação psicológica e moral. Um atleta é mais que um fenônemo físico e dominador daquilo que pratica, é um exemplo a ser seguido no que tange aos comportamentos dentro e fora de campo. Um ídolo é feito da aliança perfeita entre o talento e o caráter.
Não vejo o Jóbson como o vilão da história, o mau caráter, o que deva ser caçado e alijado, vejo sim como apenas mais um desses montes de jovens jogadores formados como máquinas pelas divisões de base, essas sim as vilãs, as que devem ser revolucionadas. Formar atletas é mais que formação técnica, tática, muscular, é também formação psicológica e moral. Um atleta é mais que um fenônemo físico e dominador daquilo que pratica, é um exemplo a ser seguido no que tange aos comportamentos dentro e fora de campo. Um ídolo é feito da aliança perfeita entre o talento e o caráter.
O esporte de alto rendimento chega ao ápice da auto-destruíção de sua mão-de-obra. Os despreparados meninos, sem nenhum apoio moral e psicológico, entram num mundo paralelo, advindo do poder e do dinheiro. Resultado é quase sempre o mesmo: Histórias deploráveis, como a de Jóbson. Entusiasta que sou, torço por ele, torço que ele faça uma subversão interna e consiga se livrar de seus problemas. Muitos não seguem essa linha de pensamento. Querem a exclusão. Como se isso resolvesse alguma coisa. O problema não é o Jóbson, nem o Ronaldinho, nem o Valdiran, nem os outros milhares que não conseguem atingir a linha, já mórbida no futebol, da correção. O problema advém, inicialmente, de uma pobreza abissal existente no Brasil. Posteriormente, já se tratando da formação de um atleta, o erro se encontra nas divisões de base, verdadeiras fábricas de competidores ensandecidos. Na verdade, meninos utilizados como mercadorias. E mercadoria não precisa de atenção, nem de orientação. Eu pelo menos nunca dei conselhos a um cacho de banana.
Lembrando que Jóbson foi suspenso duas vezes. Foi suspenso por dois anos, logo teve a redução de pena para 6 meses. Cumpriu. E aí, a Agência Mundial Antidoping revolta-se e consegue outra punição ao jogador. Mais 6 meses. Foi como se o pai resolvesse castigar seu filho por alguma travessura. Só que aí, duas semanas depois, esse pai decide que castigou pouco e resolve aplicar um outro castigo. O que houve Foi uma clara intervenção de uma entidade que nada tem a ver com o Brasil. A Agência Mundial Antidoping entende o que de consequências de desigualdade social? Por que uma entidade nascida suíça, presidida por um australiano, pode se meter aqui? Jamais aceitaria!
Excluir o Jóbson, ou querer tal punição, é como matar uma barata todos os dias, e não chamar o detetizador. É dourar a pilula. É, por fim, não resolver, é não atacar o cerne, é fugir do problema e jogar a responsabilidade para um menino mal orientado, provavelmente mal alimentado, que vê, do nada, a chance de ter tudo que nunca teve, e claro se lambuza todo ao ser apresentado ao mel.
Que seu talento seja reconhecido no Barueri, Jóbson!
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