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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Pancada Final nos UFC Rio 2 e UFC on Fox 2



O UFC Rio edição número 2 já se foi há algum tempo. Foi exatamente na virada do dia 14 de Janeiro para o dia 15. Sei bem, comemorei meu aniversário com alguns amigos assistindo as lutas. Pra quem gosta, como eu, é prato cheio iniciar o dia que você comemora mais um ciclo nessa terra assistindo alguns dos lutadores que mais gosta. Belfort, Edson Barbosa e José Aldo não decepcionaram. Já esperava vitórias, mas olha, que vitórias. Não teve nem conversa. Belfort mostrando o Jiu Jitsu contra o Anthony Johnson. Este último, aliás, com quem me identifico muito. Tanto ele quanto eu temos grande dificuldade de perder peso. Johnson pesou muito acima dos habituais 185 pounds da categoria. Subiu na balança pesando 197 pounds. Belfort não quis saber, foi profissional. Fez a perda total do peso – perdendo 12 kilos em 4 dias – e ainda venceu o adversário.

   

Edson Barbosa acertou um chute que nunca vi e Aldo uma joelhada que dificilmente se vê. A segunda edição no Rio de Janeiro foi tão boa quanto a primeira. O bom é que os brasileiros vem sempre muito animados, o que, aparentemente, gera grandes lutas. O dinheiro daqueles que investiram nesse entretenimento findou por valer a pena. De fato. Ainda não foi dessa vez que eu fui e ouvi de perto o Bruce Buffer falar “IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIT’S TIIIIIIIIIIIIIME”. Comigo gritando incluso. 

Ah, fica aqui um comentário infeliz. Erick Silva sofreu com um erro de arbitragem que nunca vi igual. O juiz Mário Yamasaki indicou que ele teria dado golpes irregulares na nuca (Onde? Não vi) e decidiu pela desclassificação do rapaz. Na sua segunda luta do UFC ele iria garantir a segunda vitória. E, de novo, em menos de um minuto. Mas o erro do Juiz, também brasileiro, dificulta algumas pretensões do rapaz. Deplorável. 


Já o UFC on Fox 2 – intitulado de Evans x Davis – foi sacal. As lutas preliminares não vi, não deu tempo. Esse último sábado, dia 28 de Janeiro, cheguei em cima das lutas principais em casa. Podia ter invertido. As preliminares foram bem melhorzinhas. A luta de do brasileiro Demian Maia contra o Weidman foi terrível. A do Sonnen contra o Bisping foi melhorzinha, mas esperei bem mais. Agora, ninguém esperava pelo que aconteceria na luta principal. Evans contra Davis foi sonolência pura. Eu mesmo dormi por dois minutos, pesquei a cabeça pra frente inúmeras vezes. Pra isso acontecer durante uma luta, acredite, tem que estar em um nível absurdo de tristeza. 


Pior que isso é que perdi novo duelo contra o Bruno Coelho, nosso colunista do Botafogo. Segue adiante o desafio que lancei no Facebook. 


Gente, cheguei em casa agora. Por sorte vou ver as duas lutas principais do UFC.

Na luta Sonnen x Bisping eu aposto em Bisping, o outro companheiro do Estagiários, o Bruno Coelho, aposta Sonnen.


Na luta principal entre Rashad Evans x Phil "Mr. Wonderful" Davis aposto no Wonderful, já o companheiro Bruno aposta no Evans. 

Enfim, posições completamente contrárias. 
Quem vencer tira onda (dessa vez eu)

Queria apostar no Evans, mas pra não tirar a graça da disputa vou de Davis. E ainda vou vencer.”

 
Pois é, pra animar a combatividade com o Bruno, optei pelas zebras e paguei por isso. Evans, Sonnen e Weidman venceram. Maia precisa treinar a capacidade física dele, não se mostra bem. Perdei para o Mark Muñoz, após vencer o primeiro round, pelo mesmo motivo. Nos dois rounds subsequentes lutou contra a respiração, não contra o Muñoz. Contra o Weidman a mesma coisa; algo precisa ser feito.

Sonnen, como o vencedor do embate, será o novo desafiante ao cinturão do Anderson Silva, o Chuck Norris do nosso tempo. Ele venceu o primeiro e o terceiro round, mas perdeu o segundo. Mesmo assim um juiz deu a vitória nos 3 rounds para o americano, o que me causou grande estranhamento. Quanto ao que acho da luta, deixo aqui uma reprodução via facebook do exato dia do evento:

Higor Figueira Ferreira
Onde que o Sonnen venceu os 3 rounds? Só sei de uma coisa, agora que está definido que ele é o adversário do Anderson, dá pra dizer que do jeito que está hoje não vai dar pra ele não. O Sonnen que pegou o Brian Stann sim, aquele era um excelente Sonnen. O de hoje tava panguando até demais. 

Se esse Sonnen vier a São Paulo vai simplesmente ter o rostinho raspado na luva do Anderson Silva, nada menos que isso.
 
O próximo evento do UFC será a edição de número 143, cujo card será:
 
UFC 143
4 de fevereiro de 2012, em Las Vegas (EUA)
Horário (de Brasília): 1h (card principal)
CARD PRINCIPAL
Nick Diaz x Carlos Condit
Fabrício Werdum x Roy Nelson
Mike Pierce x Josh Koscheck
Renan Barão x Scott Jorgensen
Ed Herman x Clifford Starks

CARD PRELIMINAR
Dustin Poirier x Max Holloway
Henry Martinez x Matt Riddle
Alex Caceres x Edwin Figueroa
Matt Brown x Chris Cope
Rafael "Sapo" Natal x Michael Kuiper
Dan Stittgen x Stephen Thompson

sábado, 28 de janeiro de 2012

11 outros Barcelonas (Parte III)

Voltei hoje pra encerrar a seção sobre os "11 outros Barcelonas". Esses são times mais recentes, mais fáceis de comparar e de a gente saber o porquê. Claro que discussão a gente sempre tem, mas eu quero lembrar que o valor tático somado às semelhanças dos jogadores de cada posição é que fazem a minha lista. Então, sem mais delongas:


Flamengo de 81 – “Ah, mas o Guardiola falou da seleção de 82 e você é um clubista filha da puta”. A seleção de 82 pelos seus valores individuais, 3 deles desse time do Flamengo, os outros dois sendo Falcão e Sócrates, e se utilizava do tal ”quadrado mágico” no meio, 2 volantes e 2 meias, Éder de segundo atacante e Serginho centroavante. Esse time do Flamengo, além desses valores individuais, tinha um valor tático que ninguém no mundo tinha. Claudio Coutinho misturou conceitos da Holanda de 74 e do Brasil de 70, do qual ele foi preparador físico (na parte II do post, vocês podem ver o Coutinho na foto, do lado do Parreira), nesse time. O time atacava em bloco, mas com posições um pouco mais definidas: Adílio caindo mais atrás por um dos lados, conduzindo, como faz o Iniesta no Barcelona; Andrade, misto de Xavi e Busquets, roubava a bola e organizava, deixava tudo limpo pro time jogar; Leandro e Junior eram alas, armas ofensivas, e pressionavam a saída dos laterais adversários, como o Daniel Alves. Tanto é que Junior virou meia no fim da carreira; Zico, no meio, como o Messi, às vezes na referência, mas sempre de frente, driblando, abrindo o espaço e fazendo a mágica; os pontas, Lico e Tita, voltando ao meio, compondo e fazendo o bloco (quando Julio Cesar jogava no lugar de Lico, era mais um ponta mesmo, um atacante driblador, que entrava muito na diagonal e usava a linha de fundo); Nunes, o centroavante, a referência na área. 4-3-3 ou 4-5-1 com a bola, 4-5-1 sem ela. Foi o primeiro time no Brasil a ser, apesar da técnica toda de seus jogadores, tão tático assim. E ganhou 3 Brasileirões, 1 Libertadores, 1 Mundial e 4 Campeonatos Cariocas em 5 anos.



Milan dos anos 90 – O time dos holandeses do Arrigo Sacchi e depois o time internacional de Fabio Capello, levou 3 Ligas dos Campeões, 3 Italianos, 1 Copa da Itália e 2 Mundiais em 5 anos. Após uma draga braba e o rebaixamento para a série C no meio dos anos 80, Silvio Berlusconi comprou o Milan e investiu em tudo. Pouquíssimo tempo depois, estava no topo do mundo. Contratou da Holanda campeã da Eurocopa de 88 os melhores jogadores, Rijkaard, Gullit e Van Basten (melhor do mundo em 92 pelo Milan). Juntou os melhores defensores da Itália e do mundo no seu time, todos revelados pelo Milan (Costacurta, Baresi, Maldini e Tassoti), e deu um meio de campo consistente para os holandeses jogarem. Sacchi foi revolucionário ao botar o Milan pra jogar com 2 linhas de 4, a zaga adiantada até a intermediária e o ataque recuado até a outra intermediária, criando um bloqueio para o jogo adversário, a tal da pressão em 3 quartos de campo. Seu ataque jogava nas falhas provocadas por esse sistema, em velocidade, e assim conquistou tudo. A segunda formação, após a saída dos holandeses e do Arrigo Sacchi para treinar a Itália em 94, tinha Albertini, o francês Desailly e o croata Boban, além do futuro melhor do mundo de 95 e único africano com o título, George Weah.





Barcelona dos anos 90 – Por que o Barcelona? Porque Johann Cruyff assumiu o time e levou a filosofia da Holanda e de quase todos esses grandes times e levou pra Espanha, plantando a semente do time que hoje ganha tudo. A primeira formação supertime do Barcelona tinha Ronald Koeman na zaga, fazendo o gol do título europeu de 92, Guardiola e Laudrup no meio, e Romário, campeão mundial e melhor do mundo em 94, e Stoichkov, artilheiro da Copa de 94, na frente. E esse foi o pontapé inicial da era de ouro do Barcelona de hoje, que depois de uns anos de trabalho trazendo Figo, Rivaldo, Ronaldo, Ronaldinho, Deco, Giuly, Eto’o, Zambrotta, etc. e revelando Xavi, Messi e Iniesta, conseguiu consolidar esse futebol que todos acham mágico hoje.







E essa foi a seção dos 11 outros Barcelonas. Times que foram dando noções novas ao futebol e elaborando conceitos que vieram a moldar o que é essa máquina que a gente vê jogar hoje. Se vocês acham que faltou alguém, pode comentar, dizer o porquê, o debate (não a discussão violenta) é sempre bem vindo. Obrigado a todo mundo que leu, e já já eu volto aqui no Estagiários, falando de vários assuntos.

A seleção dos 11:

Wunderteam da Áustria 1934
La Maquina do River Plate dos anos 40
Hungria 1954
Brasil 1958
Real Madrid 1960
Botafogo dos anos 60
Brasil 1970
Ajax 73/ Laranja Mecânica da Holanda 1974
Flamengo 1981
Milan dos anos 90
Barcelona dos anos 90 até hoje


Aquele abraço,
João Marcos

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Paz, Amor, Flamengo


A paz voltou à gávea. O amor também. Acertaram os salários atrasados, ainda que fiquem algumas pendências com relação a direitos de imagem. E o Vagner “o atacante do amor” Love já foi apresentado, tudo bonitinho. Chorou, ficou emocionado. Não acho questionável o fato dele estar ganhando uma fortuna. Uma série de jogadores ganha igual fortuna e não chora na recepção do clube. Acredito no amor dele. Evidente que ele é um funcionário e quer receber o que acha por direito. Achar absurdo o salário dele é não reconhecer o absurdo geral que é o dinheiro que o futebol movimenta. Ele não é uma exceção; está apenas imerso no mundo da riqueza da bola. Se algo for questionável não é ele, mas sim porque os atletas do futebol ganham tanto, bem como porque nós consumimos tanto futebol assim. Aliás, poucos ganham assim, a maioria é massa de manobra da bola. E olhe lá! Enfim, não acho que seja a oportunidade para discutir isso, tampouco creio que questionar o Love seja sensato.




Do Love sim, disso vale falar. O atacante que fez 23 gols em 29 jogos (deixo aqui uma cutucada no amigo e redator do Estagiários Pedro Gilio que me diz ser ingrato com Deivid. Eu acho que ele que é ingrato comigo e com a bola). O rapaz tem identificação com o clube, isso é fantástico. Afinal, ele quer ganhar títulos mesmo. Eu também. Acho que vamos nos dar muito bem, viu querido? Melhor o Love do que o Thiago Neves. Não estou falando de qualidade, mas de pele, desejo, amor, ardência pelo clube. 

Fiquei feliz com a chegada dele, torço para o nosso melhor. No entanto, essa notícia não foi, e não será, o bastante para amenizar a tensão em que me encontro. Afinal, a semana que adentra guarda um jogo contra o todo poderoso nas Américas Real Potosí. Temamos. Sou caçoado como se a desclassificação fosse certa. Vamos ser sérios uma vez na vida?O Flamengo tem tudo pra ganhar e pegar a fase de grupos da Libertadores. Estou tenso sim, até porque torcedor é torcedor, e tensão é tão natural quanto o sol nascer todo dia, é impossível evitar. Mas que o meu prognóstico é positivo, não pairam dúvidas. 

Duas coisas só me incomodam: o mal estar com o Luxemburgo e a lentidão da equipe na Bolívia. No primeiro caso, acho que o Luxemburgo não aguenta. Se o Flamengo sair da Libertadores antes mesmo de entrar então, tchau e benção. E ficando? O mesmo eu acho. Tchau e benção, talvez não agora de imediato, mas logo. O clima entre ele e o jogador mais caro é ruim. 


Vi essa semana que o Beto, aquele apelidado de Beto Cachaça, que jogou no Flamengo – bom jogador inclusive, bem raçudo – contando em entrevista na televisão que já derrubou treinador. Convenhamos, se o Beto o faz, Ronaldinho se quiser então é só fechar aquele sorriso escancarado dele e pedir pro irmão Assis dar o toque. Bom, nada é certo, mas não duvido que ele possa sair. Aliás, eu mesmo já estive melhor com o treinador, hoje em dia fico de cara com ele em algumas ocasiões. 


Quanto ao desempenho da equipe na Bolívia, só digo uma coisa: espero que a lentidão tenha sido fruto da altitude e não da preguiça. 


 


Individualmente devo dizer que Léo Moura mudou meu semblante na jogada do gol. Viva a um dos ídolos da minha geração. Obrigado pelo lance, você já me deu vários desses, só me faz gostar mais de você. 

Sigamos na nossa tensão, não com os salários, com aquela de torcedor mesmo. 
A par disso, viva a paz dos salários, viva o atacante do amor!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Para início de temporada está de bom tamanho

Primeiro jogo oficial de 2012, enfim começa a temporada. Este que vos fala (ou melhor, escreve) e mais 8 mil alvinegros estavam no Engenhão e assistiram um Botafogo que só teve dificuldades criadas por ele mesmo. Em nenhum momento do jogo o Resende se mostrou adversário forte o suficiente para dificultar a vida do Botafogo (provavelmente nenhum dos pequenos será. Um campeonato carioca mais enxuto faria bem a todos). Tanto que os dois únicos lances de perigo, o gol e uma cabeçada na trave, tiveram como protagonistas jogadores do Bota. O gol saiu de uma falta desnecessária e a bola na trave de uma cabeçada de Loco em um dos poucos escanteios cobrados pelo Resende. Jefferson não fez uma defesa sequer em todo jogo.

Sabendo que o adversário não é parâmetro, falemos do Botafogo.

O time demonstrou bom toque de bola e muita velocidade nas saídas para o ataque, durante todo o jogo Lucas e Marcio Azevedo deram boas opções pelas laterais. Porém no meio Andrezinho, Maicosuel e Elkesson se embolaram várias vezes, o time fluiu melhor quando Andrezinho recuou e jogou ao lado do Renato, aliás, esta parece ser uma boa solução, Renato e Andrezinho organizando o jogo e vindo de trás, Maicosuel e Elkesson jogando pelas pontas (o que não aconteceu neste jogo) e as subidas pelas laterais de Lucas e Marcio Azevedo. Na defesa Fabio Ferreira é uma inconstante sempre, Antônio Carlos mais seguro e Marcelo Mattos é um bom protetor para a zaga.

Renato e Andrezinho entravam bem pela zaga adversária vindo de trás, em jogada com Andrezinho vindo de trás aconteceu o pênalti desperdiçado por Loco Abreu, quando Renato fez o mesmo saiu o primeiro gol do Bota, o segundo de Maicosuel veio em uma falha grosseira do goleiro do Resende (que fez uma defesa espetacular em cabeçada do Loco no primeiro tempo) e o terceiro na jogada característica do Botafogo nos últimos anos, cruzamento de Herrera e gol de Loco Abreu.

Loco no ataque é sempre um perigo, perdeu um pênalti, mas marcou dois gols com sua jogada característica e cada bola levantada é sempre um pavor na zaga adversaria, sem contar às vezes que ele funciona como um pivô escorando a bola para os companheiros que estão chegando de trás.

Enfim, começou o ano para valer e esperamos que 2012 seja um ótimo ano para o Botafogo, ainda não temos um parâmetro, a verdade só aparecerá a partir dos clássicos e das semifinais de turno até lá precisamos aproveitar o duelo contra os pequenos pra acertar o time.

Até a próxima e boa tarde a todos!

domingo, 22 de janeiro de 2012

11 outros Barcelonas (Parte II)

Prometi e voltei com a segunda parte da série "11 outros Barcelonas". Só pra lembrar, eu tô listando 11 times que apresentaram um padrão técnico e tático que contribuiu pra formação desse time de hoje do Barcelona. Então vamo que vamo com a segunda parte:


Brasil de 58 – Muita gente vai chiar, “Mas e o Santos do Pelé?”. Bom, o Santos jogava com 2 volantes e 4 atacantes mesmo, de ofício. A ligação dependia de uma ocasional volta do Pepe ou do Dorval, às vezes do Pelé, mas não era padrão. E seus laterais jogavam completamente presos, os atacantes não voltavam pra marcar. Esse time fez milhares de gols e tomou milhares de gols. Não marcava pressão na saída de bola, deixava jogar. A Seleção de 58 também, mas com uma diferença básica: nela, o Pelé recuava mais pra buscar o jogo e o Zagallo voltava, fechando o meio quando a bola era perdida. Foi o nascimento do 4-3-3, ainda que sem aquela configuração clássica de ponta direita, centroavante, ponta esquerda. Com a volta desses dois, chegando-se até a lampejos de 4-4-2 com a bola, o time fluía melhor pros lançamentos do Didi, fazendo a função que hoje o Xavi faz no Barcelona. Garrincha também era participativo taticamente, facilitando um contra-ataque ou uma jogada de habilidade dele mesmo na linha de fundo. Em 62 a tática se manteve, com a entrada do Amarildo no lugar do Pelé, lesionado, e do Zózimo e do Mauro no lugar da zaga titular de 58 Orlando Peçanha e Bellini. Uma curiosidade é que Pepe, do Santos, seria o titular nas duas Copas, mas as suas lesões deram a vaga de titular ao Zagallo, que foi o maior responsável por essa mudança tática na seleção.




Botafogo dos anos 60 – Base de metade da seleção, em 2 gerações manteve um jeito de jogar, e similar ao do Barcelona, e esse foi o grande mérito desse time. Durante mais ou menos 8 anos, manteve um padrão de futebol com peças completamente diferentes. Na primeira formação, Didi maestro e Amarildo voltando, junto com Zagallo, pra fechar o meio e municiar Garrincha e Quarentinha. Nilton Santos sendo o primeiro lateral a tentar se aventurar no ataque, outra mudança importante. Na segunda formação, Gérson manteve o trabalho do Didi, e Jairzinho e Paulo César Caju assumiram as posições táticas de Amarildo e Zagallo. Esse time ganhou os Cariocas de 61,62,67 e 68, o Rio-São Paulo em 62 e 64 e a Taça Brasil de 68. Por isso são duas fotos, com as duas formações.






Brasil de 70 – Dizem que era o maior time de todos os tempos, não vi jogar, mas não deve ser à toa esse título. Semelhanças com o Barcelona são absurdas: volante jogando na zaga (mas porque o Piazza tinha qualidade, não que nem o Mascherano, batedor que se achou como zagueiro); um lateral direito fundamental no ataque do time, Carlos Alberto Torres, e um lateral preso para marcar, Everaldo; um meia habilidoso, que jogava de cabeça em pé, e fazia o time rodar, Gérson; 4 atacantes que voltavam pra compor o meio e flutuavam, dando um dinamismo que ninguém tinha visto antes. Diziam que era o time dos camisas 10, porque Rivellino, no Corinthians, Pelé, no Santos, Tostão, no Cruzeiro (apesar de jogar com a 8), e Jairzinho no Botafogo, eram pontas-de-lança ou, em alguns casos, o tal do meia esquerda. E essa polivalência deles fez com que a seleção de 70 tivesse uma tática que o Flamengo usaria em 81, ao seu modo, e a Holanda usaria em 74. Com a bola, o time era quase um 4-3-3, com um dos quatro voltando pra buscar a bola e iniciar. Sem a bola, virava um 4-5-1, com Pelé ou Tostão ficando na referência e os outros montando um bloco no meio. Além do toque de bola mágico, é claro.




Ajax de 73/Holanda de 74 – “Mas são 2 times diferentes!”. Não, não são. Religiosamente o mesmo esquema tático, mesmo técnico, mesmos craques, uma ou outra peça diferente. 5 dos 11 titulares eram do Ajax, e o esquema era simples: Ninguém guarda posição, todo mundo roda. A marcação é pressionada. Os 3 atacantes voltam, os 2 laterais sobem, zagueiros adiantam, volantes e pontas abrem e fecham. O seu 4-3-3 varia de diversos modos conforme a necessidade e o posicionamento dos jogadores. No ataque, esse time virava um trator, uma tropa, subindo com 7, às vezes 8 jogadores, e retornando com os mesmos após perder a bola. Um time de futsal, um time de basquete. Futebol total. É isso. E com a bola no pé, fazer mágica. Neeskens cadenciava e achava espaços para passes e lançamentos, Cruyff era um misto de ponta-de-lança, centroavante e meia-esquerda. Orquestrava, entrava driblando e fazia muitos gols. O melhor jogador do mundo nos anos 70. E o melhor time do mundo nos anos 70. Alguns dizem que o melhor de todos os tempos.




E assim já foram oito times. Não percam a conta que daqui a uns dias eu postarei os outros 3 times, fechando a série. Serão times um pouco mais recentes, e mais fáceis de a gente lembrar quem passou por eles e porque foram influentes. Claro que polêmica sempre vai haver e vai ter gente reclamando, então quem quiser, lista aí outros times, discussão tá sempre aberta. Abração, até mais!

Analise antes do jogo: Vasco X Americano

O primeiro jogo oficial do Vasco no ano de 2012 é marcado por uma surpresa, segundo Cristóvão Borges o time que começa jogando será: Fernando Prass, Fagner, Dedé, Renato Silva e Thiago Feltri; Nilton, Felipe Bastos, Chaparro e Juninho; Diego Souza e Alecssandro.

O zagueiro Rodolfo ainda não esta regularizado e não poderá fazer a sua estréia, já Thiago Feltri vai vestir a camisa do Vasco pela primeira vez. Agora resta saber se ele vai agüentar a pressão de ser o lateral do gigante da colina. Posição mais difícil para quem joga em São Januário pela torcida ficar a menos de 5 metros dos laterais. O jogo será em Macaé sendo assim, pelo menos na sua estréia, Thiago vai ter um pouco mais de paz para mostrar o seu futebol e tentar resolver o problema crônico na lateral esquerda que existe desde a saída do Ramon.

A grande surpresa do jogo não será as estréias e sim, Chaparro, que apesar de estar no Vasco há quase dois anos, jogou poucas partidas e tem um fardo muito grande para carregar, tentar ser o reserva do Felipe, o maestro desse meio de campo. Cabe a Chaparro nesse jogo mostrar se ele vai começar uma trajetória no Vasco ou apenas mais um jogador que passou pelo Vasco e não marcou.

A Cristovão/Ricardo Gomes cabe uma critica como um armador pode estar a mais de dois anos em um clube e não ter jogado nem 10 vezes, sendo que, no ano passado Felipe e Juninho deixaram de jogar varias partidas e o Chaparro foi preterido, para entrar em campo outros jogadores de posições que não são de armação, como o volante Diego Rosa que entrou em partidas importantes sem render em nenhuma delas. Dessa forma entendo que o Chaparro não é um bom jogador , sendo assim, eu não sei o que ele esta fazendo no Vasco ou existiu um erro claro de avaliação de ambos os treinadores.

A diretoria do Vasco não consegue aprender com os seus próprios erros, uma peça fundamental da equipe se machucou. O ano terminou começou outro e estamos com o mesmo problema tendo que escalar no ataque Diego Souza e Alecssandro, um centroavante nada além do razoável e um jogador que não se acha em campo, não sabe se é meia ou atacante. Eder Luis faz muita falta a esse time que acaba perdendo o contra ataque, ficando ainda mais previsível sem o Felipe, o grande cérebro desse time. Deixando como pontos forte apenas a defesa e a bola parada de Juninho.

Espero que 2012 tenha um início melhor que 2011.

Palpite para a partida: Vasco 1 X 0 Americano.

sábado, 21 de janeiro de 2012

De Joe Montana a Drew Brees

Restam apenas quatro times na disputa para o Super Bowl XLVI e amanhã só vão restar dois, os EUA vão parar na frente da TV enquanto os Patriots, Giants, Ravens e 49ers jogam todas as suas fichas em busca do sonho do título máximo do Futebol Americano. E a audiência no Brasil deve atingir índices inimagináveis a alguns anos atrás. Quem diria que o país do futebol um dia se renderia ao "football", aquele com as mãos e a bola oval? Pois é, mas esse dia chegou e o Brasil é um dos maiores polos de fãs da NFL do mundo. Mas antes de falar sobre isso vamos aos palpites para as finais de conferência.

No domingo, a partir das 18h, é tempo de parar tudo que está fazendo e sentar na frente da TV para assistir a final da AFC onde o New England Patriots recebe o Baltimore Ravens. O Tom Brady, quarterback do Patriots, é um dos maiores da história da NFL, tem três títulos e sozinho pode vencer essa partida, mas o Ravens é conhecido pela sua fortíssima defesa, logo pode surpreender. Como diria Mr. Michael "Air" Jordan (sim, ele é do basquete, mas essa frase serve para todos os esportes): "Um bom ataque vence jogos. Uma boa defesa vence campeonatos." Então por isso eu aposto em vitória do Ravens, sim, uma aposta arriscada mas acho que o Joe Flacco é um bom QB que junto com o forte ataque terrestre dos bons running backs Ray Rice e Ricky Williams e uma defesa quase impenetrável, vão levar o Baltimore Ravens ao Super Bowl XLVI. Ah, além disso não seria justo o Tom Brady ser casado com a Gisele Bündchen e campeão do Super Bowl, sucesso no trabalho ou no amor, nos dois não dá!
Assim que terminar a final da AFC o show vai continuar com a final da NFC onde o San Francisco 49ers vai receber o New York Giants. Os dois vieram de vitórias sensacionais contra equipes consideradas mais fortes (Saints e Packers) e vão fazer uma partida que tem tudo para entrar para a história. O 49ers é comandado pelo QB Alex Smith cuja carreira na NFL é uma montanha russa. Ele foi draftado como primeira escolha, passou uma temporada inteira fora por contusão depois voltou jogando muito mal e quando tudo indicava que seria dispensado ganhou uma nova chance nessa temporada e voltou ao topo jogando muito e levando o 49ers a essa final de NFC. Já o Giants tem como comandante Eli Manning e todo mundo sabe que a temporada começa para ele em janeiro. Poucos jogadores crescem tanto nos playoffs como Eli. E aí, em quem apostar? A aposta certa seria no 49ers, joga em casa, defesa forte e QB iluminado. Mas quando eu vejo do outro lado o Giants só consigo me lembrar do Super Bowl XLII e a vitória sensacional dos azarões contra o Patriots. E QB iluminado por QB iluminado eu fico com o Giants.
Agora vamos ao crescimento da NFL no Brasil. Eu gosto de futebol americano desde que me entendo por gente. Quando era pequeno sempre fui influenciado pelo meu pai a gostar de basquete que ele jogou, me ensinou a jogar e amar. Mas além de basquete o meu pai sempre gostou de assistir futebol americano então quando eu era criança ele me deu uma bola de futebol americano infantil do 49ers (time que ele torce), boné do 49ers e ainda tinha uma camisa do Giants (curiosamente time que enfrenta o 49ers dele amanhã) e uma do Miami Dolphins, do Dan Marino, que acabou me conquistando e ganhando a minha torcida. Fora isso ainda aumentei minha paixão pelo esporte com os jogos de videogame e acompanhando algumas partidas, principalmente os Super Bowls, pela TV. Então, essa é a história de como eu comecei a gostar da NFL, mas não é uma história normal no Brasil pois não são todos da minha idade que foram influenciados pelo pai, talvez o meu tenha estado a frente do tempo dele. A época dos pais brasileiros influenciarem os filhos a gostar da NFL ainda estar por vir, provavelmente com a minha geração.

Antes de escrever isso eu tive que perguntar para o meu pai como que ele se apaixonou pela bola oval na década de 70 e 80 e ele me disse que a culpa é principalmente do cinema americano, que em muitos filmes mostrava o jogo e gerava a curiosidade da geração dele. Os jornais e revistas também volta e meia noticiavam alguma coisa mas o que introduziu definitivamente a NFL no Brasil foi a transmissão do Super Bowl para o Brasil no começo da década de 90 e o surgimento da ESPN no Brasil, trazendo a transmissão de alguns jogos durante a temporada para o público que contava com TV a cabo. Ídolos como Joe Montana, Dan Marino, Jerry Rice, Troy Aikman, Steve Young e John Elway também se tornaram conhecidos para um pequeno público que começava a se formar no Brasil.
Até que chegamos ao século XXI e a difusão da internet tornou mais acessível a juventude acompanhar os jogos, as temporadas e até mesmo encontrar mais gente que goste para trocar ideias sobre o futebol americano. E com cada vez mais gente acompanhando, mais gente é influenciada a gostar e com isso um novo fenômeno surgiu: as equipes de futebol americano no Brasil. Eu lembro de alguns anos atrás, lá por 2003, acompanhar o surgimento de times de futebol americano nas praias daqui de Niterói e do Rio, logo o Fluminense e o Botafogo entraram nessa onda e tinham equipes e disputavam, se não me engano, um torneio chamado Carioca Bowl. O crescimento do esporte já alcançava um nível que nem o mais xiita "geração coca-cola" imaginava e logo os times sairam das praias e se espalharam pelos campos e cidades. Atualmente temos dois campeonatos brasileiros de futebol americano, equipes por todo Brasil e inclusive jogadores americanos vindo jogar aqui. Torço muito para que cresça cada vez mais o número de praticantes por aqui e surja logo uma liga unificada e organizada, quem sabe alcançando até a TV, como aconteceu na final de uma das ligas que foi transmitida pela ESPN.

A cada transmissão de uma partida da NFL eu sinto o futebol americano mais próximo do Brasil. Claro que ainda existe muito preconceito contra quem gosta, mas eu vejo o futebol americano crescendo em proporções bem parecidas com a do MMA no Brasil.

Para terminar essa análise, eu trouxe um depoimento de um amigo, o William Ferreira (@Will_SPFC no twitter, para todos interessados em seguí-lo), sobre como ele se apaixonou pela bola oval e esse depoimento vai servir como um ótimo contraste ao meu, que como eu disse, foi bem fora do comum.

"Quando eu comecei a ver NFL, entre 2002 e 2003, não haviam muitos atrativos. Haviam vários times para se torcer, mas poucos ídolos para se identificar. A liga se recuperava da queda de rendimento ou da aposentadoria de jogadores como Troy Aikman e John Elway, por exemplo. Eu mesmo comecei a ver o esporte após saber que Adhemar, jogador da bola redonda do São Caetano, quase foi jogar a bola oval naquele esporte louco que a Bandeirantes e a ESPN Internacional transmitiam. Conforme fui vendo, porém, comecei a ver o surgimento dos ídolos popstars de hoje: vi Tom Brady encarnar o sonho americano de ser rejeitado para depois ser multicampeão, vi Peyton Manning levar a palavra "eficiência" para outro patamar, vi Drew Brees surgir como Messias duma franquia sem muitas vitórias e após um momento complicado, vi Eli Manning surgir como jogador decisivo, vi Ben Roehtlisberger aparecer com sua saúde de aço, vi Maurice Jones-Drew carregar um time nas costas... e, conforme esses nomes surgiam, o esporte crescia no Brasil. Acho que brasileiros precisam de ídolos para começar a ver um esporte, vide o MMA, e esses ídolos foram surgindo conforme a ESPN passava a dar mais força para o esporte. Hoje, acho que a paixão por futebol americano (ainda mais em tempos que rodeiam o Super Bowl) chega a níveis jamais imaginados por aqui, e eu não reclamo nem um pouco disso."

Enfim, o Will foi perfeito em sua colocação, principalmente na parte dos ídolos e foi no depoimento dele que eu me inspirei para o título desse post. Infelizmente não tivemos a chance de acompanhar de perto carreiras como de Joe Montana e Dan Marino, mas temos a sorte de acompanhar a NFL em uma época de grandes jogadores como Tom Brady, Peyton Manning, Aaron Rodgers e Drew Brees. Somos privilegiados por isso e por ter a oportunidade de acompanhar de perto esse esporte sensacional.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

11 outros Barcelonas (Parte I)

Fala galera, eu sou o João Marcos, tenho 18 anos e essa é a minha estreia no Estagiários. Sou torcedor do Flamengo, ex-atleta de basquete e handebol, e aprendi a ler por causa do futebol, quando tinha 4 anos. Desde pequeno eu deixo a TV no Sportv e na ESPN, leio o Lance!, Placar, etc. Eu tô sempre atrás de alguma coisa sobre esporte, livro, reportagem, revista, tudo. Mas isso eu explico pra todo mundo mais a frente.

Vou começar com um clichê, mas de um ponto um pouco diferente: o Barcelona. Todo mundo acha o Barcelona uma caixa de pandora, mas na verdade é mais simples de entender do que se imagina. Esse Barcelona é derivado de características de outros grandes times, e eu vou mostrar aqui um pouco de cada um deles, e o legado pra esse time de hoje. Hoje eu começo a série "11 outros Barcelonas", pela ordem cronológica:

Áustria de 34, Wunderteam - Eu sei, nem eu nem nenhum de nós viu esse time jogar. Mas o que ficou na história e que marcou a tal da Escola do Danúbio foi o que esse time, montado por Hugo Meisl em cima do Golden Team da Hungria, abriu pro mundo. A marcação pressionada e de passes rápidos. Seu esquema era o 2-3-5 que todo mundo usava na época, mas a volta de Sindelar, o centroavante, ao meio de campo para marcar, e a entrada em diagonal de Bican, ponta-de-lança, deixavam aquele time mais dinâmico e facilitava a pressão e o contra-ataque rápido. Esse time aplicava muitas goleadas e seu ponto alto foi a Copa de 34, onde mostrou em âmbito mundial o seu jogo. Sindelar era considerado o melhor do mundo e era conhecido como o Homem de Papel, por ser alto, magro e pelos dribles em espaços curtos. Esse time era o favorito para a Copa de 38, mas a morte de Meisl em 37 e a invasão da Alemanha fez alguns jogadores se recusarem a jogar pela Alemanha.



River Plate dos anos 40, La Maquina - De onde eu tirei isso? Esse é tido como o primeiro time a fazer o seu ataque rodar e seus jogadores não terem posição fixa, o que dificultava a marcação e facilitava uma roubada rápida de bola. Losteau, Pedernera e Muñoz voltavam ao meio e trocavam entre si, e o craque do time, Labruna, recuava para buscar a bola, iniciando as jogadas para os pontas Losteau e Muñoz, junto a Moreno, que jogava no meio. Time campeão argentino 4 vezes em 6 anos. Seus principais jogadores deixaram um legado que a geração argentina de Di Stéfano levou à Europa nos anos 50, chegando futuramente à Hungria de 54 e à Holanda, no fim dos anos 60.



Hungria de 54 - Essa tinha que entrar. Revolucionou um esquema que o mundo inteiro usava, o 3-2-5, e recuou Hidekguti pro meio, inventando o 4-2-4 que o Brasil usaria até a Copa de 70. Czibor, Puskas, Kocsis, todos jogadores com bom preparo físico, jogavam quase em linha (outra novidade), com passes curtos e que muitas vezes acabavam em bolas na linha de fundo e cruzamentos pra Kocsis, artilheiro da Copa de 54 com 11 gols. Outra curiosidade era a numeração trocada, usada pra confundir. O meia Czibor era o 11, Kocsis era o 8, Hidekguti era o 9. Todos em outras posições. Esse time influenciou o mundo todo, mas não ganhou a Copa do Mundo. Mesmo assim, fica a homenagem. Baseado no time do Honved, do exército húngaro, desfeito após o regime comunista chegar em 58. Puskas foi pra Espanha, pro Real Madrid, levar para aquele time o que aprendeu e juntar com Di Stéfano, montando uma outra máquina e tendo grande influência.



Real Madrid dos anos 50 – Mérito desse time foi nascer forte, equilibrado, marcando bem e fazendo muitos gols, e aí juntar as influências do River Plate dos anos 40, com Di Stéfano, da Hungria de 54, com Puskas, e até do Brasil de 58 e 62, quando Didi foi pra lá. Primeiro supertime como o Barcelona, ganhou 5 Copas dos Campeões seguidas e foram os primeiros campeões mundiais, em 1960. Não tem muito o que dizer, foram os primeiros a absorver várias ideias pra formar um time muito acima da média. Postei a foto abaixo pois o relacionamento entre Didi e a dupla de donos do time, Di Stefano e Puskas, era tão ruim que não há foto oficial com os 3 juntos, ou mesmo Didi com algum dos 2. O próprio Didi disse que saiu do time porque não aguentava essa coisa de dono do time.





Na próxima vem mais 4 times, sempre lembrando que eles têm que ter tido alguma inovação ou aperfeiçoamento tático que tenha sido influente para o Barcelona de hoje. Então, não vou ficar com síndrome de Arena Sportv, fazendo média com ninguém. Espero que vocês tenham curtido esse primeiro post. Aquele abraço!

Histórias do campeonato Carioca...

Na onda do início do Campeonato Carioca de 2012 e do belíssimo post do amigo Luiz Felippe sobre os times de menor investimento (não viu? Veja aqui) venho aqui sugerir um tema para os próximos posts dos meus amigos de blog: uma historinha sobre algum jogo marcante que guardamos com carinho na memória do Campeonato Carioca.

E eu vinha pensando em qual jogo contar então cheguei a conclusão que queria fugir do clichê de falar sobre o Fla-Flu de 1995, e resolvi falar de um Fla-Flu marcante e que veio dez anos depois, a final da Taça Rio de 2005.

O Fluminense venceu o Campeonato Carioca de 2005 enfrentando o Volta Redonda na final. A equipe do interior havia vencido a Taça Guanabara após muitos tropeços dos grandes e só o Botafogo indo a fase final e mesmo assim eliminado pelo Americano na semi-final, que foi posteriormente derrotado pelo Volta Redonda nos penaltis e o Voltaço levou seu primeiro título de expressão. Veio a Taça Rio e os times grandes melhoraram muito, principalmente o Fluminense que venceu 5 dos 6 jogos da fase de classificação, incluindo uma goleada por 4x0 contra o Botafogo, e passou na semi-final contra o Vasco em uma decisão dramática nos penaltis.

Veio a final da Taça Rio, contra o Flamengo, mas no dia anterior houve um fato muito marcante: a morte do Papa João Paulo II, um símbolo da torcida do Fluminense que desde 1980, na primeira visita dele ao Brasil, cantava a música em homenagem ao Santo Padre em momentos de sufoco. E o que se viu na torcida do Fluminense em um domingo de muito sol foram diversas homenagens ao "padroeiro" do Tricolor.

O primeiro tempo do jogo foi de poucas chances para as duas equipes, mas logo no início do segundo tempo Tuta, de penalti, abriu o placar para o Fluminense e a partir daí se viu um baile do Tricolor. Leandro, três minutos depois, ampliou para o Fluminense que via sua torcida agradecer aos céus e ao Papa João Paulo II a grande vitória que estava se concretizando. A torcida do Flamengo estava hipnotizada, em silêncio. O Fluminense dominava a partida e praticamente não sofria com os ataques do Flamengo e aos 25 do segundo tempo Alex ampliou para o Fluminense, 3x0. E aí, novamente 3 minutos depois, quando a torcida rubro-negra já estava indo embora do Maior do Mundo, veio o golpe de misericórdia, e que golpe... o volante Tricolor Preto Casagrande, que havia acabado de entrar em campo, recebeu na intermediária com espaço, arrancou invadindo a área e tentou um chute que bateu na zaga e voltou para ele que rapidamente deu um toque sensacional por cima do goleiro Diego, fazendo o quarto do Fluminense. Um golaço (quer relembrar? Clique aqui)!

No fim da partida, com a goleada já consolidade, o meio-campo tetracampeão do mundo Zinho marcou o gol de honra do Flamengo que viu seu grande rival histórico ir para a final contra o pequeno Volta Redonda e depois ser campeão Carioca pela 30ª vez.

Resolvi escolher essa partida ao invés da final contra o Volta Redonda por considerar que essa foi uma final antecipada, apesar do Flamengo ter sido goleado, vinha de uma boa campanha na Taça Rio e fatalmente seria campeão se passasse pelo Tricolor. Além disso, essa vitória do Fluminense foi com as bênçãos do Papa João Paulo II e a torcida Tricolor proporcionou diversas e bonitas homenagens a ele naquele dia, que começou com a tristeza da perda desse grande nome mas acabou com a alegria da vitória dedicada inteiramente ao Santo Padre. "A benção João de Deus, nosso povo te abraça! Tu vens em missão de paz, sê bem-vindo e abençoa esse povo que te ama!" cantava a plenos pulmões a torcida antes, durante e depois da partida.

Ficha técnica:

Fluminense 4x1 Flamengo

Data:
03/04/2005
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Público: 65.677 pagantes
Juiz: Luiz Antônio Silva dos Santos (RJ)
Gols: Tuta 48' (pen.), Leandro 51', Alex 70', Preto Casagrande 73' (FLU), Zinho 90' (FLA)
FLUMINENSE: Kleber, Gabriel, Igor, Antônio Carlos e Juan; Marcão, Arouca, Diego Souza e Juninho (Preto Casagrande 72'); Leandro (Alex 60') e Tuta (Alan 78'). Técnico: Abel Braga
FLAMENGO: Diego, Ricardo Lopes, Rodrigo Arroz, Fabiano e André Santos (Adrianinho 66'); Da Silva, Jônatas, Júnior (Zinho 55') e Marcos Denner (Geninho 55'); Fellype Gabriel e Dimba. Técnico: Cuca