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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Paz, Amor, Flamengo


A paz voltou à gávea. O amor também. Acertaram os salários atrasados, ainda que fiquem algumas pendências com relação a direitos de imagem. E o Vagner “o atacante do amor” Love já foi apresentado, tudo bonitinho. Chorou, ficou emocionado. Não acho questionável o fato dele estar ganhando uma fortuna. Uma série de jogadores ganha igual fortuna e não chora na recepção do clube. Acredito no amor dele. Evidente que ele é um funcionário e quer receber o que acha por direito. Achar absurdo o salário dele é não reconhecer o absurdo geral que é o dinheiro que o futebol movimenta. Ele não é uma exceção; está apenas imerso no mundo da riqueza da bola. Se algo for questionável não é ele, mas sim porque os atletas do futebol ganham tanto, bem como porque nós consumimos tanto futebol assim. Aliás, poucos ganham assim, a maioria é massa de manobra da bola. E olhe lá! Enfim, não acho que seja a oportunidade para discutir isso, tampouco creio que questionar o Love seja sensato.




Do Love sim, disso vale falar. O atacante que fez 23 gols em 29 jogos (deixo aqui uma cutucada no amigo e redator do Estagiários Pedro Gilio que me diz ser ingrato com Deivid. Eu acho que ele que é ingrato comigo e com a bola). O rapaz tem identificação com o clube, isso é fantástico. Afinal, ele quer ganhar títulos mesmo. Eu também. Acho que vamos nos dar muito bem, viu querido? Melhor o Love do que o Thiago Neves. Não estou falando de qualidade, mas de pele, desejo, amor, ardência pelo clube. 

Fiquei feliz com a chegada dele, torço para o nosso melhor. No entanto, essa notícia não foi, e não será, o bastante para amenizar a tensão em que me encontro. Afinal, a semana que adentra guarda um jogo contra o todo poderoso nas Américas Real Potosí. Temamos. Sou caçoado como se a desclassificação fosse certa. Vamos ser sérios uma vez na vida?O Flamengo tem tudo pra ganhar e pegar a fase de grupos da Libertadores. Estou tenso sim, até porque torcedor é torcedor, e tensão é tão natural quanto o sol nascer todo dia, é impossível evitar. Mas que o meu prognóstico é positivo, não pairam dúvidas. 

Duas coisas só me incomodam: o mal estar com o Luxemburgo e a lentidão da equipe na Bolívia. No primeiro caso, acho que o Luxemburgo não aguenta. Se o Flamengo sair da Libertadores antes mesmo de entrar então, tchau e benção. E ficando? O mesmo eu acho. Tchau e benção, talvez não agora de imediato, mas logo. O clima entre ele e o jogador mais caro é ruim. 


Vi essa semana que o Beto, aquele apelidado de Beto Cachaça, que jogou no Flamengo – bom jogador inclusive, bem raçudo – contando em entrevista na televisão que já derrubou treinador. Convenhamos, se o Beto o faz, Ronaldinho se quiser então é só fechar aquele sorriso escancarado dele e pedir pro irmão Assis dar o toque. Bom, nada é certo, mas não duvido que ele possa sair. Aliás, eu mesmo já estive melhor com o treinador, hoje em dia fico de cara com ele em algumas ocasiões. 


Quanto ao desempenho da equipe na Bolívia, só digo uma coisa: espero que a lentidão tenha sido fruto da altitude e não da preguiça. 


 


Individualmente devo dizer que Léo Moura mudou meu semblante na jogada do gol. Viva a um dos ídolos da minha geração. Obrigado pelo lance, você já me deu vários desses, só me faz gostar mais de você. 

Sigamos na nossa tensão, não com os salários, com aquela de torcedor mesmo. 
A par disso, viva a paz dos salários, viva o atacante do amor!

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