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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

11 outros Barcelonas (Parte I)

Fala galera, eu sou o João Marcos, tenho 18 anos e essa é a minha estreia no Estagiários. Sou torcedor do Flamengo, ex-atleta de basquete e handebol, e aprendi a ler por causa do futebol, quando tinha 4 anos. Desde pequeno eu deixo a TV no Sportv e na ESPN, leio o Lance!, Placar, etc. Eu tô sempre atrás de alguma coisa sobre esporte, livro, reportagem, revista, tudo. Mas isso eu explico pra todo mundo mais a frente.

Vou começar com um clichê, mas de um ponto um pouco diferente: o Barcelona. Todo mundo acha o Barcelona uma caixa de pandora, mas na verdade é mais simples de entender do que se imagina. Esse Barcelona é derivado de características de outros grandes times, e eu vou mostrar aqui um pouco de cada um deles, e o legado pra esse time de hoje. Hoje eu começo a série "11 outros Barcelonas", pela ordem cronológica:

Áustria de 34, Wunderteam - Eu sei, nem eu nem nenhum de nós viu esse time jogar. Mas o que ficou na história e que marcou a tal da Escola do Danúbio foi o que esse time, montado por Hugo Meisl em cima do Golden Team da Hungria, abriu pro mundo. A marcação pressionada e de passes rápidos. Seu esquema era o 2-3-5 que todo mundo usava na época, mas a volta de Sindelar, o centroavante, ao meio de campo para marcar, e a entrada em diagonal de Bican, ponta-de-lança, deixavam aquele time mais dinâmico e facilitava a pressão e o contra-ataque rápido. Esse time aplicava muitas goleadas e seu ponto alto foi a Copa de 34, onde mostrou em âmbito mundial o seu jogo. Sindelar era considerado o melhor do mundo e era conhecido como o Homem de Papel, por ser alto, magro e pelos dribles em espaços curtos. Esse time era o favorito para a Copa de 38, mas a morte de Meisl em 37 e a invasão da Alemanha fez alguns jogadores se recusarem a jogar pela Alemanha.



River Plate dos anos 40, La Maquina - De onde eu tirei isso? Esse é tido como o primeiro time a fazer o seu ataque rodar e seus jogadores não terem posição fixa, o que dificultava a marcação e facilitava uma roubada rápida de bola. Losteau, Pedernera e Muñoz voltavam ao meio e trocavam entre si, e o craque do time, Labruna, recuava para buscar a bola, iniciando as jogadas para os pontas Losteau e Muñoz, junto a Moreno, que jogava no meio. Time campeão argentino 4 vezes em 6 anos. Seus principais jogadores deixaram um legado que a geração argentina de Di Stéfano levou à Europa nos anos 50, chegando futuramente à Hungria de 54 e à Holanda, no fim dos anos 60.



Hungria de 54 - Essa tinha que entrar. Revolucionou um esquema que o mundo inteiro usava, o 3-2-5, e recuou Hidekguti pro meio, inventando o 4-2-4 que o Brasil usaria até a Copa de 70. Czibor, Puskas, Kocsis, todos jogadores com bom preparo físico, jogavam quase em linha (outra novidade), com passes curtos e que muitas vezes acabavam em bolas na linha de fundo e cruzamentos pra Kocsis, artilheiro da Copa de 54 com 11 gols. Outra curiosidade era a numeração trocada, usada pra confundir. O meia Czibor era o 11, Kocsis era o 8, Hidekguti era o 9. Todos em outras posições. Esse time influenciou o mundo todo, mas não ganhou a Copa do Mundo. Mesmo assim, fica a homenagem. Baseado no time do Honved, do exército húngaro, desfeito após o regime comunista chegar em 58. Puskas foi pra Espanha, pro Real Madrid, levar para aquele time o que aprendeu e juntar com Di Stéfano, montando uma outra máquina e tendo grande influência.



Real Madrid dos anos 50 – Mérito desse time foi nascer forte, equilibrado, marcando bem e fazendo muitos gols, e aí juntar as influências do River Plate dos anos 40, com Di Stéfano, da Hungria de 54, com Puskas, e até do Brasil de 58 e 62, quando Didi foi pra lá. Primeiro supertime como o Barcelona, ganhou 5 Copas dos Campeões seguidas e foram os primeiros campeões mundiais, em 1960. Não tem muito o que dizer, foram os primeiros a absorver várias ideias pra formar um time muito acima da média. Postei a foto abaixo pois o relacionamento entre Didi e a dupla de donos do time, Di Stefano e Puskas, era tão ruim que não há foto oficial com os 3 juntos, ou mesmo Didi com algum dos 2. O próprio Didi disse que saiu do time porque não aguentava essa coisa de dono do time.





Na próxima vem mais 4 times, sempre lembrando que eles têm que ter tido alguma inovação ou aperfeiçoamento tático que tenha sido influente para o Barcelona de hoje. Então, não vou ficar com síndrome de Arena Sportv, fazendo média com ninguém. Espero que vocês tenham curtido esse primeiro post. Aquele abraço!

4 comentários:

  1. O Didi não conseguiu se fazer no Real, se não me engano. Nem no hall da fama do clube está presente.

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    1. Sim, mas fez parte de uma filosofia, foi levado pra lá, ele, Canhoteiro do São Paulo, pra levar a experiência do jeito brasileiro de jogar

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  2. Espero ver o Mengão de 81 nessa lista! hahaha

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  3. Hi Joao! A very good article and very interesting. I didn't know anything about the history of all these teams. Even I didn't know the history of Real Madrid in the 50s as well as you. Good work! A huge hug from Barcelona!

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