Fala galera, eu sou o João Marcos, tenho 18 anos e essa é a minha estreia no Estagiários. Sou torcedor do Flamengo, ex-atleta de basquete e handebol, e aprendi a ler por causa do futebol, quando tinha 4 anos. Desde pequeno eu deixo a TV no Sportv e na ESPN, leio o Lance!, Placar, etc. Eu tô sempre atrás de alguma coisa sobre esporte, livro, reportagem, revista, tudo. Mas isso eu explico pra todo mundo mais a frente.
Vou começar com um clichê, mas de um ponto um pouco diferente: o Barcelona. Todo mundo acha o Barcelona uma caixa de pandora, mas na verdade é mais simples de entender do que se imagina. Esse Barcelona é derivado de características de outros grandes times, e eu vou mostrar aqui um pouco de cada um deles, e o legado pra esse time de hoje. Hoje eu começo a série "11 outros Barcelonas", pela ordem cronológica:
Áustria de 34, Wunderteam - Eu sei, nem eu nem nenhum de nós viu esse time jogar. Mas o que ficou na história e que marcou a tal da Escola do Danúbio foi o que esse time, montado por Hugo Meisl em cima do Golden Team da Hungria, abriu pro mundo. A marcação pressionada e de passes rápidos. Seu esquema era o 2-3-5 que todo mundo usava na época, mas a volta de Sindelar, o centroavante, ao meio de campo para marcar, e a entrada em diagonal de Bican, ponta-de-lança, deixavam aquele time mais dinâmico e facilitava a pressão e o contra-ataque rápido. Esse time aplicava muitas goleadas e seu ponto alto foi a Copa de 34, onde mostrou em âmbito mundial o seu jogo. Sindelar era considerado o melhor do mundo e era conhecido como o Homem de Papel, por ser alto, magro e pelos dribles em espaços curtos. Esse time era o favorito para a Copa de 38, mas a morte de Meisl em 37 e a invasão da Alemanha fez alguns jogadores se recusarem a jogar pela Alemanha.
River Plate dos anos 40, La Maquina - De onde eu tirei isso? Esse é tido como o primeiro time a fazer o seu ataque rodar e seus jogadores não terem posição fixa, o que dificultava a marcação e facilitava uma roubada rápida de bola. Losteau, Pedernera e Muñoz voltavam ao meio e trocavam entre si, e o craque do time, Labruna, recuava para buscar a bola, iniciando as jogadas para os pontas Losteau e Muñoz, junto a Moreno, que jogava no meio. Time campeão argentino 4 vezes em 6 anos. Seus principais jogadores deixaram um legado que a geração argentina de Di Stéfano levou à Europa nos anos 50, chegando futuramente à Hungria de 54 e à Holanda, no fim dos anos 60.
Hungria de 54 - Essa tinha que entrar. Revolucionou um esquema que o mundo inteiro usava, o 3-2-5, e recuou Hidekguti pro meio, inventando o 4-2-4 que o Brasil usaria até a Copa de 70. Czibor, Puskas, Kocsis, todos jogadores com bom preparo físico, jogavam quase em linha (outra novidade), com passes curtos e que muitas vezes acabavam em bolas na linha de fundo e cruzamentos pra Kocsis, artilheiro da Copa de 54 com 11 gols. Outra curiosidade era a numeração trocada, usada pra confundir. O meia Czibor era o 11, Kocsis era o 8, Hidekguti era o 9. Todos em outras posições. Esse time influenciou o mundo todo, mas não ganhou a Copa do Mundo. Mesmo assim, fica a homenagem. Baseado no time do Honved, do exército húngaro, desfeito após o regime comunista chegar em 58. Puskas foi pra Espanha, pro Real Madrid, levar para aquele time o que aprendeu e juntar com Di Stéfano, montando uma outra máquina e tendo grande influência.
Real Madrid dos anos 50 – Mérito desse time foi nascer forte, equilibrado, marcando bem e fazendo muitos gols, e aí juntar as influências do River Plate dos anos 40, com Di Stéfano, da Hungria de 54, com Puskas, e até do Brasil de 58 e 62, quando Didi foi pra lá. Primeiro supertime como o Barcelona, ganhou 5 Copas dos Campeões seguidas e foram os primeiros campeões mundiais, em 1960. Não tem muito o que dizer, foram os primeiros a absorver várias ideias pra formar um time muito acima da média. Postei a foto abaixo pois o relacionamento entre Didi e a dupla de donos do time, Di Stefano e Puskas, era tão ruim que não há foto oficial com os 3 juntos, ou mesmo Didi com algum dos 2. O próprio Didi disse que saiu do time porque não aguentava essa coisa de dono do time.
Na próxima vem mais 4 times, sempre lembrando que eles têm que ter tido alguma inovação ou aperfeiçoamento tático que tenha sido influente para o Barcelona de hoje. Então, não vou ficar com síndrome de Arena Sportv, fazendo média com ninguém. Espero que vocês tenham curtido esse primeiro post. Aquele abraço!
O Didi não conseguiu se fazer no Real, se não me engano. Nem no hall da fama do clube está presente.
ResponderExcluirSim, mas fez parte de uma filosofia, foi levado pra lá, ele, Canhoteiro do São Paulo, pra levar a experiência do jeito brasileiro de jogar
ExcluirEspero ver o Mengão de 81 nessa lista! hahaha
ResponderExcluirHi Joao! A very good article and very interesting. I didn't know anything about the history of all these teams. Even I didn't know the history of Real Madrid in the 50s as well as you. Good work! A huge hug from Barcelona!
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