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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Angústias antigas em problemas presentes


Atraso de salário, incerteza nas renovações e clima ruim. Podia acabar por aqui o texto que tudo já estaria dito. Contudo, não me dou o desprazer de não escrever um pouco mais. Escrevo. Escrevo e digo porque o faço. Como torcedor, a inconstância quanto às sensações é a tônica e eu, como um, não consigo me conter; preciso desabafar. Já que os jogos ainda não voltaram não posso gritar em frente à televisão, tampouco num estádio. Gritar frente ao televisor durante uma partida de futebol é maluquice; gritar sem a partida então, insanidade. Sou louco, aficionado por futebol, mas tenho ainda saúde mental. Prefiro escrever a gritar e espernear, pelo menos reclamo com a sensatez que às vezes falta durante a partida de futebol.  

O Flamengo entra no ano mostrando que a confusão não se resolve em casa, se põe a público, se leva para programa de auditório com direito a plateia e um psicólogo para aconselhar. Angústia; não tem outra palavra. Onde já se viu conduzir problemas assim? Incompreensível.  Sinceramente, sei lá como se contorna problemas de um clube do tamanho do Flamengo, menos ainda sei como é a confusão política dentro da Gávea. Sei que existe, mas sou incapaz de desenhá-la com qualidade, sou ignorante nesse sentido, admito. Entretanto, de uma coisa eu sei – afinal de uma coisinha ou outra eu entendo nessa vida –, problema se resolve em casa, no dia que faz de portas e janelas abertas, na rua, se perde o respeito.

No Flamengo 2012 está havendo a reprise das mesmas angústias que percebíamos em anos anteriores. O “vale a pena ver de novo” do mengão é anual. Michel Levy e Luxemburgo num clima de amor sem fim, jogadores com trombas de um tamanho que os garantiria lugar em qualquer zoológico e um irmão-empresário que fala, e como fala.  

Luxemburgo é aquilo, fala o que pensa, gostem ou não. Quem o tem precisa garantir que aguenta o ônus de sua presença. Olha, desde que o bônus venha eu aguento. Espero por um grande título. Espero não, REQUEIRO! Não sou jornalista, sou torcedor, faz favor, não leva a mal.


Quanto a TRAFFIC, que deveria pagar o salário do Ronaldinho Gaúcho, eu não sei o que dizer, prefiro me abster. Uma coisa, porém, deve ser dita: Assis fala demais. Aliás, Assis está fazendo com o Flamengo o que fez com Palmeiras e Grêmio. Gera aquele clima de incertezas, diz que há propostas melhores, tudo para garantir que seu irmão tenha o melhor. Tudo bem, até aí vai. Salário de jogador de futebol é absurdo, disso canso de falar, mas ele trabalha com a realidade. Se a bola pode pagar assim, ele quer. Se negociar de maneira talibã, no clima do terrorismo, é o que ele acha melhor, o faça.  

No entanto uma coisa foi exagero. Afirmar que o Ronaldinho não jogará pela Libertadores se o salário não chegar é atestado de ignorância. Nenhuma negociação sensata começa assim. O campeonato mais importante do ano e o cara me manda essa. Isso é efeito de insanidade, isso sim, senhores, é irreal. Como ousa? Ronaldinho, chama o teu irmão no pé do ouvido, ele quer te queimar. A não ser que você queira sair mesmo, nesse caso você está agindo direitinho. Vai partir sendo a vítima e o único que pode ser imputado como cruel é o Assis. Aí fica bom pra todo mundo, afinal ele não liga pra fama nenhuma e você sai na boa. Do contrário, dá uma segurada na boca do maninho.


Todo dia insisto em passar na banca pra ver a capa do jornal, saber se tem novidade. Manhã após manhã é a mesmíssima coisa. Problemas e promessas de soluções. É tanto bico e tromba que quando vejo penso ser um pôster do filme “Compramos um Zoológico”. Esse é só o primeiro passo, se continuar nisso o Flamengo estreia o circo dos horrores, aí vai ficar gostoso de vez.  

E vocês com esse papinho de sexta-feira 13 ainda. No Flamengo houve azar na quinta-feira 12, na quarta-feira 11, preciso continuar? Chega. 





Belíssimo final de semana pra vocês, deixa o azar na Gávea. 

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