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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O mais canarinho dos europeus




   Uma tônica dos campeonatos nacionais da Europa é o que podemos definir como segregação financeira. Não falamos de desigualdade social, tampouco de distribuição de renda. Apenas atestando um fato. Vamos seguir a premissa de quem tem dinheiro no futebol, obviamente, sempre terá o melhor “pé-de-obra”. Sem girar muito o mapa, podemos nos deparar com a situação no Brasil. Os mais brilhantes jogadores vão para os clubes de grande investimento, mais parcerias, mais apelo popular. Talvez, aqui por ser um país continental a segregação seja bem menor. Mas na Europa.... Haja paciência para acompanhar o Campeonato Espanhol segregado financeiramente, em que dois clubes são soberanos: Barcelona e Real Madrid, sempre alternantes nos títulos da Liga das Estrelas. Estrelas resplandecentes em céus restritos. Tem o clássico de Madrid? Aquele que o Atlético não ganha há 20 anos? Ah, sim. Um tropeço contra um Getafe desses numa 10° rodada pode decidir o campeonato. No Italiano, então, a coisa é pior. Nem os bafejados pela maior fatia do bolo conseguem grandes times. As salutares aparições de Lazio, Udinese e Nápoli refletem muito mais fragilidade do campeonato do que equilíbrio qualitativo. O Inglês melhorou bastante de poucos anos para cá. Manchester City entrou na fatia gostosa do bolo. Comprou o direito de ser respeitado. Assim como o Chelsea, outro grande por encomenda. Tottenham, Manchester United, Liverpool e Arsenal mantém um ótimo nível, claro, sempre alternando boas e más campanhas ao longo das temporadas.


 Campeonato alemão, o mais Brasileiro dos europeus. Nível fraco? Discutível. Mas um equilíbrio sempre latente. É difícil afirmar quem chega melhor, embora o Bayern Munique seja o papa-títulos da Bundesliga. Dá para citar uns 12 times que podem vencer qualquer um a qualquer momento. Mainz 3x2 Bayern na última rodada exemplifica. Resultado que roubou a liderança do time da Baviera, aliado às vitórias de Borussia Dortmund, atual campeão, e Borussia Monchengladbah, atual sensação do campeonato não dando a menor pinta na queda de rendimento. Com 26 e 25 pontos Werder Bremem e Shalke 04, respectivamente, vislumbram a possibilidade de chegar à liderança. Dos cinco primeiros citados, um é o atual campeão, outro ficou em 3° lugar, e o restante ficou abaixo do décimo lugar, com dois lutando contra o rebaixamento na temporada passada. Brigar contra rebaixamento e depois lutar por título? Isso nos lembra algum campeonato.

  Lá embaixo, Mainz, Nuremberg, Hamburgo, Freiburg, Augsburg, Kaiserslautern seguem se segurando e não deixando ninguém escapar. Não dá para afirmar, até por que a qualquer instante um desses pode vencer um dos Borussias, um Bayern. Quem sabe? Eu não sei. No Brasileirão fico na dúvida.

  Rebater as críticas concernentes ao nível da Bundesliga não é difícil. É só lembrar o consenso existente que aponta a seleção da Alemanha como a melhor do mundo ao lado da Espanha. Jogadores alemães estão na Alemanha, com exceção de Klose, Khedira, Mertesacker e Ozil. Tirando Ozil do bolo, nenhum faz falta. Pode não ser o grande campeonato nacional da Europa, mas para quem acha o futebol um esporte emocional, de grandes paixões, nada melhor que acompanhar aos sábados e domingos a Bundesliga.

Confira a Classificação depois de 14 rodadas:



ARTILHEIROS:
Mário Gómez (Bayern Munique) 13 Gols
Huntelaar (Schalke 04) 12 Gols
Claudio Pizarro (Werder Bremem) 11 Gols
Marko Reus (Borussia Monchengladbah) 10 Gols
Lewandowski (Borussia Dortmund) e Podolski (Colônia) 9 Gols

2 comentários:

  1. A Bundesliga tem uma "proximidade distante" do Brasileirão. Ao mesmo tempo que mostra um nivelamento, não segue o caso brasileiro de exportação. O nivelamento da Bundesliga é no nível da Seleção Alemã, uma das fortes do mundo, já que 95% dela joga no país. Já no nosso caso, apesar de termos melhorado bastante nisso, o nosso campeonato local ainda é nivelado por baixo, já que pelo menos metade dos grandes jogadores estão no exterior.

    Além disso, arrisco dizer que se o ritmo de repatriamentos e entrada de capital continuar aqui no Brasil, o nivelamento dos times vai atingir um patamar bem maior do que o da Alemanha e com isso o Campeonato pode se aproximar com o do Inglês, com bem menos times favoritos. A única coisa que pode impedir isso é a imprevisibilidade que parece estar no ar dos estádios brasileiros, como as vitórias do América-MG sobre Corinthians e Flu. Mesmo com o distanciamento financeiro e tecnico, volta e meia isso acontece. Espero que seja sempre assim.

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  2. Eu particularmente não acompanho a Bundesliga e nem acompanhava mesmo quando tinha a oportunidade. Nunca fui muito fã dessa competição. Mas o fato de ser nivelado realmente é um agradozinho a mais. Os campeonatos europeus em geral tem esse efeito elástico onde os primeiros colocados vão se esticando em distanciamento da parte de baixo. Ao menos o alemão parece ser um pouco diferente.

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