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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Um Déjà vu melancólico


  Todo fim de ano do Botafogo é melancólico, é triste, é doído. Um encontro incoerente com a história. Ver Flamengo, Fluminense e Vasco conquistando seus objetivos, e o Bota passar sempre perto ou longe, através de uma amarelada final, uma decadência progressiva, ou uma recuperação tardia é repetidamente horrível. Mas sempre a resposta para os objetivos traçados é um NÃO rotundo.


  Aquele argumento batido quando um rival perde um título ou passa alguma vergonha: "Falta camisa, sempre vão amarelar" Não se sustenta. O Fluminense não tinha camisa para vencer em 2010, time de campeonato Carioca. Essa era a brincadeira dos rivais. O Tricolor ganhou, trezentos anos depois. Vasco da Gama? Não ganha nada há 8 anos. O que fazem? Ganham a Copa do Brasil, título inédito. Aliás, agora só o Botafogo não ganhou o torneio aqui no Rio. O Santo André, o Paulista, o Criciúma, o JUVENTUDE não ganhariam, e ganharam.

  Por que esse argumento persiste em não cair por terra com o Botafogo? Por quê?

  Viveu-se um sonho em 2011. Título? Não! Libertadores pelo menos? Nada! O Botafogo é o Rio na Copa do Brasil! Viveu um sonho em 2010. Que nada, o Grêmio é que vagará pelas américas. O consolo foi o Cariocão e o retorno de um ídolo carismático um "Loco" - assim como todo botafoguense - Abreu. Em 2009 um sonho de dignidade - não ser rebaixado pela segunda vez. Evitou-se, ufa! Em 2008 acreditava-se em Libertadores. O resultado é o de sempre. Em 2007 nunca sonhou-se tão colorido. Restou, mais uma vez, aplaudir o campeão e os classificados à Libertadores do ano seguinte. De fato, é cansativo ouvir aquela frase típica dos entusiastas: "O Botafogo está melhorando aos poucos". Esse "pouco" não é visível, é risível.

  O Botafogo vive a eterna chama da esperança querendo reviver os grandes times, os grandes momentos, as grandes disputas, os grandes títulos. Mais do que isso, reviver a paixão, reacender o brilhantismo da estrela solitária, tão apagada e maltrada há tanto tempo.

  Que saudade daquele preto e branco tão cheio de cor!


  

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